Era uma vez, um rei com uma profunda ferida que não conseguia curar. Os médicos da corte não encontraram a medicação correta, então, a rainha decidiu chamar os melhores curandeiros de todo o mundo.
O primeiro curandeiro veio do Japão e uma olhada foi suficiente para entender que a ferida era profunda, somente porque era velha, sem nunca ter sido curada. O curandeiro japonês preparou um chá, que tinha o poder de purificar o organismo de todos os depósitos que poluíram sua mente e seu coração, e ajudaria o Rei a esquecer o que merecia ser esquecido.
O segundo curandeiro é um Índio da América, ele concordou com o diagnóstico do japonês e fez o rei fumar o cachimbo da paz. O rei precisava fazer as pazes consigo mesmo, pelo que não fez e devia, queria e podia ter feito. O índio americano convidou o Rei a liberar-se dos remorsos por culpas não cometidas e dos rancores por raivas não expressas e a perdoar a si mesmo para poder perdoar os outros.
O terceiro curandeiro veio da Europa e considerou que o rei deveria recordar-se de coisas boas e belas. O rei as ignorou por tempo demais, concentrando-se em sua dor. O curandeiro europeu presenteou-lhe com reproduções de obras de arte disseminadas pela Europa, sublinhando que essas obras não só embelezaram a vida das pessoas, mas, também, ensinaram o valor da estética enquanto ética.
O quarto curandeiro veio da Austrália e levou consigo uma pedra vermelha, que continha todas as energias da terra e ensinava o valor e o respeito pela natureza. A terra é, de fato, uma fonte de energia natural e ensina a importância da solidez, da estabilidade, da consciência, da necessidade de manter os pés no chão.
O quinto curandeiro veio do Tibete e o presenteou com um mandala feita com suas mãos, repletas de compaixão. Com essa mandala, ele ensinou o rei a ter a dose certa de paciência e compaixão; a paciência que é particularmente útil quando deve afrontar temas e situações difíceis e, talvez, um pouco tediosas. Com a mandala, o rei descobriu aquela útil compaixão, quando se encontra próximo de pessoas que sofrem. Seu sofrimento é uma lição de piedade e de compreensão do sofrimento que existe em cada um de nós.
O sexto curandeiro veio da África e entendeu que o rei, visto que a ferida, graças às intervenções precedentes, estava cicatrizando, precisava se recuperar um pouco das energias. Ele preparou uma compressa de ervas medicinais, capazes de dar a força, a persistência e a vontade de que o rei necessitava e que podiam acompanhar os momentos mais importantes de sua vida, para enfrentar suas obrigações com renovado vigor.
O sétimo curandeiro veio da China e o presenteou com o mapa dos territórios jamais explorados. Um mapa muito articulado, enquanto consentia ao rei não só ver onde se localizavam as armadilhas e obstáculos que poderia encontrar, mas também os vales, rios e pontes que poderiam atravessar para ir além, a outros lugares.
Você pode acessar o processo descrito acima no Youtube:
https://www.youtube.com/watch?v=p8FKul4JoZM&t=33s
Objetivo dessa Metáfora:
A metáfora cria hipóteses e sugere soluções. As soluções não são ordens, são sugestões, e somente o próprio sujeito irá encontrar a solução certa e adequada ao seu sistema de personalidade, segundo os seus valores, seus tempos e suas conveniências.
As histórias ativam um pensamento autônomo, põem em movimento um processo exploratório de procura por uma solução, dá a permissão de pensar que existem soluções e de procurá-las.
As soluções propostas pela metáfora estimulam uma maior flexibilidade perceptiva, emotiva, comportamental, cognitiva, relacional e funcional; ao mesmo tempo, não expandem, necessariamente, todas essas flexibilidades, mas somente aquelas das quais o sujeito carece.
Os exercícios de flexibilidade treinam a pensar com criatividade e liberdade mental.
Fonte: Metáforas para Evolução Pessoal e Profissional – Consuelo C. Casula.